O domingo é um dia sagrado. O dia do descanso de muita gente. O dia da oração. O dia da festa, enfim, um dia diferente. E porque não um dia para pescar? É, pescar. E se for uma pescaria em família, que a muito tempo não acontecia, melhor ainda!
Sim, respondi.
"Então coloque-as na água e procure os peixes escondidos nas tocas entre as pedras".
Nunca imaginei que se podia pescar com as próprias mãos. E o meu pai é mestre e tem doutorado em pesca manual. Sempre saíamos do rio ao cair da tarde com o pacote cheio. O Jundiá, principal espécie de peixe pelo rios daqui, é liso, mas eram poucos os que escapavam das mão firmes do Sr. Darci.
Bom, depois de 5 ou 6 anos, eu e meu pai retornamos ao riozinho para pescar, "a mão". O tempo passou muita coisa mudou. O rio não está como antigamente. Para meu pai, que conhece cada curva, cada poço, cada pedra desse rio, a dificuldade foi maior desta vez. Não saímos de lá com o pacote cheio, mas com alegria e um sorriso estampado no rosto após cada peixe preso entre nossos dedos.
E pra terminar o dia, e a pescaria em família, nada melhor do que chegar em casa cansado e ouvir da mãe:
"Achei que não voltavam mais..... Você ficou muito tempo na água meu filho, está cansado. Coma um pedaço do bolo de chocolate que eu fiz, tome banho e vá pegar o ônibus, ele não sabe que você vai...".
E a vida segue... O fim de semana acabou e eu me lembro da resposta de meu pai:
Você tem duas mãos meu filho?"
Pra mim foi mais que uma resposta. Foi uma lição de vida. Nosso corpo é praticamente perfeito e podemos fazer tanta coisa com ele que as vezes nos esquecemos. Utilizamos automóveis para se locomover, mas ainda temos pernas para caminhar. Pegamos em armas para brigar, mas ainda temos braços para abraçar e mãos para pescar jundiás entre as pedras.
Utensílhos e ferramentas sem dúvida ajudam a nossa vida, mas ainda temos muito recursos escondidos dentro de nós mesmos.
Na minha infância e adolescência pescar sempre foi um passa tempo divertido e esporádico, mas uma vez por ano era especial. Geralmente no dia 6 de Janeiro(Dia de Santos Reis) de cada ano, eu e meu pai costumávamos pescar no riozinho que atravessa a pequena e pacata comunidade de Linha São Valentim, interior de Seara-SC. Não era qualquer pescaria. Uma forma de pescar que no mundo poucos se utilizam, mas cada um se adapta a sua realidade.
Imagine em formas tradicionais de pescar: Com vara linha e anzol; Rede de pesca; Tarafa; até a facão e arco e flecha com os índios fazem. Pensou nessas? Errou totalmente. Nunca me esqueço da primeira vez que fui ao rio Ariranhazinha pescar com meio pai. Chegamos ao rio com nosso fusca 1300L ano 77 com um pacote de plástico e mais nada. Nenhum anzol, nenhuma vara, nenhuma linha, nenhum facão, nenhum arco e flecha.
Aí pedi a meu pai: E agora, como faz para pescar pai?
Ele, abaixando-se na água me respondeu: "Fábio, você tem duas mãos?" Sim, respondi.
"Então coloque-as na água e procure os peixes escondidos nas tocas entre as pedras".
Nunca imaginei que se podia pescar com as próprias mãos. E o meu pai é mestre e tem doutorado em pesca manual. Sempre saíamos do rio ao cair da tarde com o pacote cheio. O Jundiá, principal espécie de peixe pelo rios daqui, é liso, mas eram poucos os que escapavam das mão firmes do Sr. Darci.
Bom, depois de 5 ou 6 anos, eu e meu pai retornamos ao riozinho para pescar, "a mão". O tempo passou muita coisa mudou. O rio não está como antigamente. Para meu pai, que conhece cada curva, cada poço, cada pedra desse rio, a dificuldade foi maior desta vez. Não saímos de lá com o pacote cheio, mas com alegria e um sorriso estampado no rosto após cada peixe preso entre nossos dedos.
E pra terminar o dia, e a pescaria em família, nada melhor do que chegar em casa cansado e ouvir da mãe:
"Achei que não voltavam mais..... Você ficou muito tempo na água meu filho, está cansado. Coma um pedaço do bolo de chocolate que eu fiz, tome banho e vá pegar o ônibus, ele não sabe que você vai...".
E a vida segue... O fim de semana acabou e eu me lembro da resposta de meu pai:
Você tem duas mãos meu filho?"
Pra mim foi mais que uma resposta. Foi uma lição de vida. Nosso corpo é praticamente perfeito e podemos fazer tanta coisa com ele que as vezes nos esquecemos. Utilizamos automóveis para se locomover, mas ainda temos pernas para caminhar. Pegamos em armas para brigar, mas ainda temos braços para abraçar e mãos para pescar jundiás entre as pedras.
Utensílhos e ferramentas sem dúvida ajudam a nossa vida, mas ainda temos muito recursos escondidos dentro de nós mesmos.
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